segunda-feira, 10 de junho de 2013

Facturas travam evasão fiscal




A utilização do sistema de facturas obrigatórias tem vindo a aumentar de mês para mês. Nos primeiros quatro meses do ano, foram recebidos no sistema da AT - Autoridade Tributária e Aduaneira mais de 1,25 mil milhões de facturas. Em Abril foi mesmo batido o recorde mensal de transacções registadas e comunicadas às Finanças, adiantou ao SOL o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio.

 «O número de facturas emitidas e comunicadas à AT pelos agentes económicos tem vindo a crescer», destaca o governante. Em Abril, acrescenta, mais de 338 milhões deram entrada no sistema informático dos serviços tributários, o que «constitui o valor mensal mais elevado desde que o programa foi criado».

Só nos sectores que dão direito ao benefício fiscal em IRS – restaurantes, alojamento, oficinas e cabeleireiros – foram emitidas e comunicadas cerca de 200 milhões de facturas entre Janeiro e Abril de 2013, das quais cerca de 195 milhões no sector da restauração.

Embora este sector seja o que emite mais facturas, é nas oficinas que os consumidores mais têm pedido para inserir o número de contribuinte e obter o benefício fiscal em IRS. De um total de 1,47 milhões de facturas emitidas na reparação de automóveis, 68% são com Número de Identificação Fiscal.

Para Paulo Núncio, a reforma da facturação «alterou o paradigma da fiscalização e do combate à economia paralela em Portugal» e está a melhorar a eficiência do combate à evasão e fraude fiscais.

Combate à fraude

As mudanças no sistema assentaram em dois pilares. Por um lado, a factura tornou-se obrigatória para todas as transacções comerciais mesmo que não seja solicitada pelos consumidores, em todos os sectores de actividade. Por outro, foi determinada a transmissão electrónica dos elementos para a AT, todos os meses.

Para incentivar a adesão ao sistema, foi ainda criado um incentivo fiscal em IRS para os consumidores finais que solicitem factura em quatro sectores específicos de actividade. O benefício fiscal correspondia inicialmente a 5% do IVA pago em transacções nas oficinas, restaurantes, cabeleireiros e alojamentos.

O Governo já anunciou que esse benefício vai aumentar para 15%, aplicando-se a todas as facturas emitidas desde o princípio do ano, mas a medida já permitiu identificar melhor os sectores e empresas de risco no combate à evasão e fraude fiscal.

Como as facturas estão a ser cruzadas nos sistemas da AT, é possível detectar discrepâncias entre os montantes declarados pelos clientes e os que são efectivamente entregues pelas empresas. «Foram já detectadas 30 mil empresas que entregaram IVA inferior ao devido e cerca de 18 mil que não estavam registadas nas finanças, mas que continuavam a emitir facturas, operando na economia paralela», diz Paulo Núncio, explicando que as 18 mil empresas ou já estavam cessadas ou nunca se registaram. «Não estavam a submeter as declarações de IVA ou IRC e não estavam a pagar quaisquer impostos».

De acordo com dados da AT, os sectores onde estas irregularidades são mais evidentes são o comércio a retalho e grossista, a promoção imobiliária, a construção civil e a restauração.

O secretário de Estado explica que a fiscalização destes sectores será prioritária na operação de larga escala que começou há cerca de duas semanas, em todo o país. Mais de 2.000 funcionários dos serviços e direcção de finanças vão fazer visitas a estabelecimentos comerciais, até final de Outubro de 2013.

Nessas acções externas, os funcionários verificarão se os agentes económicos estão a cumprir todas as obrigações fiscais de facturação e a comunicar à AT os elementos das respectivas facturas.
Paulo Núncio antecipa que o sistema de facturação e os ganhos de eficiência no combate à economia paralela venham a aumentar a receita fiscal. Embora ainda seja «cedo» para definir metas de cobrança, o governante está «convencido de que a reforma terá efeitos na cobrança de IVA e de IRC», com a entrada no sistema de muitos operadores que não cumpriam todas as suas obrigações 
fiscais.

Mais receita fiscal

«Neste período exigente, é muito importante que não sejam sempre os mesmos a suportar os encargos fiscais. É muito importante que todos os agentes económicos que operavam fora do sistema e não pagavam os impostos devidos passem a cumprir as suas obrigações», realça.

Núncio entende que «só alargando a base contributiva através de um combate mais eficaz à fraude e evasão se pode baixar impostos para famílias e empresas. Quando aqueles que não pagam os impostos começarem a pagar será possível equacionar uma redução da carga fiscal para todos».

O optimismo de Paulo Núncio é partilhado pelo director-geral da AT. Esta semana, José Azevedo Pereira foi a uma audição parlamentar revelar que a receita do IVA nos quatro sectores que permitem aos contribuintes deduzir a despesa aumentou 3,62% no primeiro trimestre, face ao período homólogo anterior. Nos restantes sectores da economia, as receitas de IVA caíram.

O director-geral atribuiu estes resultados ao novo sistema de facturação. «Se não tivéssemos um programa como o e-factura, a quebra do IVA teria sido bastante maior», afirmou.

in Jornal SOL, joao.madeira@sol.pt



Preços da gasolina e gasóleo descem hoje





O comportamento dos mercados antecipa uma descida ligeira do preço dos combustíveis a partir de hoje.
Após quatro semanas consecutivas sem qualquer descida, as cotações da gasolina voltaram a recuar nos mercados internacionais (-3,11%), o que permite antecipar uma redução do preço final deste combustível. Também as cotações do gasóleo desceram ao longo da semana (-0,97%), sendo expectável um decréscimo do preço, ainda que menos acentuado.
De salientar que esta é a primeira descida da gasolina desde dia 6 de Maio. Já o gasóleo, vai descer pela segunda semana consecutiva, segundo dados da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG).
O preço de referência do litro de gasolina em Portugal é actualmente de 1,582 euros, enquanto o gasóleo vale 1,365 euros por litro. Ambos os combustíveis estão mais baratos do que no início de 2013, quando valiam 1,584 euros e 1,420 euros por litro, respectivamente.
Apesar desta evolução negativa dos preços, muitas famílias perderam poder de compra, devido à crise e, segundo a DGEG, em Março, o consumo de combustíveis tombou 10%.
No relatório da entidade pode ler-se que "continua a verificar-se uma quebra acentuada no consumo dos combustíveis com exceção do GPL Auto", cuja venda cresceu 5,6% no mesmo período.
in Diário Económico

quarta-feira, 5 de junho de 2013


Maior ação de fiscalização externa
da Autoridade Tributária e Aduaneira



No dia 1 de janeiro de 2013 entrou em vigor a Reforma da Faturação, uma reforma decisiva e inovadora no combate à economia paralela. Os resultados atingidos por esta reforma no primeiro trimestre do ano excederam as expectativas do Governo. Com efeito, foram emitidas e comunicadas à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) mais de 900 milhões de faturas referentes aos meses de Janeiro a Março de 2013. Cerca de 90.000 consumidores finais já inseriram faturas de aquisições no Portal das Finanças e mais de 3 milhões já solicitaram a inserção do seu Número de Identificação Fiscal (NIF) nas faturas relativas às aquisições que efetuaram. Este processo permitiu também a detecção de diversas irregularidades e situações fraudulentas, tendo sido identificados dezenas de
milhares de empresas em situação irregular. O funcionamento em pleno do sistema e-fatura permite o controlo prévio e a monitorização da entrega do IVA nos cofres do Estado por parte dos agentes económicos.

A Secretaria de Estado dos Assuntos Fiscais comunica que esta semana a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) iniciará a maior ação de fiscalização externa a empresas realizada no âmbito da fiscalidade em Portugal, envolvendo mais de 2.000 funcionários dos Serviços de Finanças e das Direções de Finanças em todo o país. Esta ação externa de fiscalização, denominada Plano de Ações Externas Locais, visa garantir o cumprimento das obrigações de faturação pelas empresas e o reforço da eficácia do controlo do sistema e-fatura.

O objectivo deste Plano é efetuar visitas a estabelecimentos comerciais em todos os sectores de atividade até final de Outubro de 2013. Nessas ações externas, os funcionários da AT, devidamente habilitados, verificarão se os agentes económicos estão a cumprir rigorosamente todas as suas obrigações fiscais de faturação e de comunicação à AT dos elementos das respetivas faturas. Ao mesmo tempo, os funcionários encarregues destas ações prestarão aos agentes económicos todas as informações necessárias ao cumprimento adequado das obrigações legais de faturação e reportarão, em caso disso, as infrações que venham a detetar.

A Reforma da Faturação, bem como esta ação externa de fiscalização sem precedentes em Portugal, inserem-se na estratégia definida pelo Governo de reforçar a eficácia do combate à fraude e à economia paralela e, dessa forma, reforçar a equidade do sistema fiscal.

Lisboa, 27 de Maio 2013

(Fonte: Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais - Governo de Portugal)